Imagem: Banco de Imagens
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No meio da guerra contra o novo coronavírus, um medicamento surgiu com suposto potencial para tratar a covid-19. Liberados pela Anvisa, os medicamentos à base de cloroquina e hidroxicloroquina são indicados para casos de malária, artrite reumatoide, lúpus eritematoso, reumatismo e algumas condições dermatológicas. Mas e para as vítimas da covid-19?

A acadêmica Kimberly Fuzel, orientada da professora Regina Andrade, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP em Ribeirão Preto, esclarece que essa hipótese foi levantada devido a estudos realizados por pesquisadores chineses, que demonstraram que tanto a cloroquina como a hidroxicloroquina foram capazes de inibir a etapa de entrada do vírus na célula, assim como estágios celulares posteriores relacionados à infecção pelo coronavírus. Outro estudo desenvolvido na França demonstrou que a cloroquina pode ser capaz de reduzir a carga viral em pacientes infectados.

Ainda assim, Kimberly comenta que é preciso realizar mais estudos sobre o uso dessas substâncias: “Considerando que ainda seriam necessários mais estudos para comprovar a eficácia e segurança da cloroquina nos casos de covid-19, o uso desses medicamentos está sendo liberado somente em pacientes com formas graves da doença. É importante ressaltar também que existem diversos estudos clínicos em andamento para avaliar a eficácia e a segurança da cloroquina e por isso essa medida pode ser modificada a qualquer momento”.

A hidroxicloroquina e a cloroquina são contraindicadas para qualquer condição que não tenha orientação médica, porque podem causar efeitos colaterais graves, como distúrbios cardiovasculares e retinopatia, que pode levar até a cegueira, como adverte Kimberly: “Os pacientes que recebem tratamento com cloroquina em altas doses, em longo prazo, devem ser submetidos às avaliações oftalmológicas e neurológicas a cada três ou seis meses. A margem entre a dose terapêutica e a dose tóxica desses medicamentos é muito estreita e por isso seu uso deve seguir regras precisas”.

Verifique a fonte das informações que chegam até você. Todas as informações sobre estudos disponíveis acerca da eficácia desses medicamentos e sobre qualquer tratamento relacionado com a covid-19 estão sendo divulgadas pela Anvisa e pelo Ministério da Saúde. Sempre se informe por fontes confiáveis –  é a sua saúde que está em risco.

Fonte: Jornal da USP